Irondino Muxiri defendeu, ao intervir no Workshop Multissectorial sobre crimes contra a vida selvagem, que terminou ontem, na cidade de Caxito, província do Bengo, maior envolvimento de vários sectores no combate ao comércio ilegal da vida selvagem em Angola.
O superintendente chefe Emílio Ribeiro considera que as leis sobre os crimes contra a vida selvagem em Angola ainda estão muito brandas, comparativamente a outros países da região da SADC, pelo que não desencorajam as pessoas que persistem em cometer esses crimes.
Para ilustrar a gravidade do caso, o oficial superior da Polícia citou como exemplo os casos da Namíbia e da África do Sul, países em que o crime ambiental é punido com penas que vão de 15 a 20 anos de cadeia, enquanto em Angola vai até 7 anos.
Ao ministrar um dos temas neste evento que reuniu técnicos de diversos Órgãos de Defesa e Segurança, Emílio Ribeiro ressaltou que o crime contra a vida selvagem em Angola é uma realidade e o seu combate não pode ser feito apenas pelas instituições que integram este sistema.
Para tal, defendeu a educação da população, transmissão da importância das espécies da fauna e flora, agregando todas as agências que estão no âmbito da aplicação da lei a uniformização deste combate, segundo a Angop.
Já a directora do Gabinete provincial do Ambiente no Bengo, Janice Muanamalongo, garantiu que essa província está a preparar-se cada vez mais para estar munida e dar resposta a esta situação.
De acordo com o nosso director, a província do Bengo tem registado casos de caça furtiva em diversos municípios com a venda de animais selvagens ao longo da via, pelo que deve haver uma maior protecção da vida selvagem por forma proteger o ecossistema.
A formação foi promovida pela PGR em parceria com o SIC, Polícia Nacional e da Associação Conservação e Preservação Consciente (ACPC). O Workshop Multisetorial, de três dias, visou dotar os Órgãos do Sector da Justiça de conhecimentos substanciais para o combate aos crimes contra a vida selvagem.