Os parques nacionais Mavinga e Luengue-Luiana, na província do Cuando Cubango, possuem uma população animal de elefantes estimada em mais de 10 mil, actualmente controlados pelo Ministério do Ambiente
Angola aposta na construção de Satélite de Observação da Terra
O governo angolano vai contrair um crédito de 189. 988.694,00 euros, equivalentes em kwanzas a 194. 288.518.122,61, junto da Société Générale, para financiar a construção do Satélite de Observação da Terra, também conhecido por ANGEO-1
Falta de delimitação das fronteiras marítimas entre Angola e a RDC fomenta pesca ilegal
O porta-voz do Comando da Região Naval Norte, Paulo Jorge Kassanga, apontou a falta da delimitação das fronteiras marítimas, como a principal razão para que as embarcações da República Democrática do Congo (RDC) a ultrapassem os perímetros e realizem as suas actividades em Angola de forma deliberada
Pesca ilegal apoiada por pontes cais 26 clandestinos em Luanda
A pesca ilegal praticada no país é apoiada por diversas pontes cais que existem por todo país, construídas e controladas por pessoas com poder financeiro. A título de exemplo, o vice-presidente da Associação Nacional de Pesca Artesanal, Industrial e Semi-industrial, António Gama, afirmou que só em Luanda existem 26 pontes cais de descarga
Namíbia começa a sacrificar mais de 700 animais selvagens para alimentar sua população
A Namíbia começou a sacrificar mais de 700 animais selvagens – hipopótamos, elefantes, búfalos, zebras – para alimentar as pessoas que passam fome em consequência da pior seca em décadas no país, anunciou, nesta Terça-feira, 3, o Ministério do Meio Ambiente deste país da África Austral.
Cúpula Global Africana de Hidrogênio atrai mais de 1.000 defensores do ambiente à Namíbia
Mais de 1.000 defensores do ambiente de todo o mundo estão reunidos em Windhoek, na Namíbia, a participar na Cúpula Global Africana de Hidrogênio, que tem como foco a transição económica justa e inclusiva. A primeira Cimeira Global Africana do Hidrogénio, que decorre de 3 a 5 de Setembro de 2024 em Windhoek, Namíbia, reúne decisores políticos, líderes, inovadores e partes interessadas de toda a África e de todo o mundo para explorar e aproveitar o vasto potencial de hidrogénio verde de África. A Cimeira vai apor na elaboração de estratégias para satisfazer a procura de energia em todo o continente através de uma transição económica justa e inclusiva, que contribua significativamente para os esforços globais de descarbonização, segundo documentos a que a Revista Folha Verde teve acesso. Ao intervir na cerimónia de abertura, a vice-presidente da Namíbia, Netumbo Nandi-Ndaitwah, afirmou que a cúpula é uma prova da crescente reputação do seu país como líder em hidrogênio verde e industrialização sustentável. Razão pela qual, atraiu mais de 1.000 delegados de todo o mundo. “Esses novos complexos industriais sustentáveis podem oferecer oportunidades atraentes para criar novos empregos, diversificar nossa produção económica e até aumentar nossa produção de electricidade e água potável”, detalhou. Nandi-Ndaitwah pediu que seja dada atenção cuidadosa ao impacto potencial na preciosa flora e fauna da Namíbia. “É encorajador testemunhar uma reunião tão diversificada de mentes brilhantes de todo o mundo que se reuniram aqui para nos ajudar a organizar conversas ricas sobre esses tópicos vitais. A cúpula oferece um ambiente acolhedor que é adequado para hospedar um ecossistema de industrialização verde impactante”, disse. Segundo a governante, a cúpula também destaca o compromisso da Namíbia em garantir que o desenvolvimento do hidrogênio verde e a industrialização não ocorram às custas do meio ambiente. Jovens como os maiores activos da Namíbia e da África Por outro lado, Nandi-Ndaitwah descreveu os jovens como os maiores activos da Namíbia e de África. De salientar que a Agenda 2063 da União Africana enfatiza a necessidade de um crescimento transformador que seja inclusivo e ambientalmente sustentável. Ao investir em infra-estruturas de energias renováveis, as nações africanas podem reduzir a sua dependência de hidrocarbonetos, diminuir as emissões de gases com efeito de estufa e promover o crescimento económico que beneficia todos os segmentos da sociedade. A Cimeira Global Africana do Hidrogénio incorpora o objectivo de facilitar a colaboração e as parcerias entre as nações africanas e as partes interessadas internacionais, incluindo governos e entidades do sector privado. No entanto, segundo a organização, alcançar uma transição económica justa, equitativa e inclusiva para todos deve incluir o envolvimento activo de representantes muitas vezes marginalizados e negligenciados de toda a sociedade civil, incluindo mulheres, jovens e comunidades indígenas. “Estes grupos merecem um lugar à mesa e uma voz no diálogo para garantir que os esforços de colaboração e envolvimento sejam totalmente inclusivos, não deixando ninguém para trás”, conclui a organização do evento.
“A industrialização não deve prejudicar o meio ambiente”, diz Nandi-Ndaitwah
A vice-presidente da Namíbia, Netumbo Nandi-Ndaitwah, alertou que, à medida que o seu país avança em direcção à industrialização, deve-se tomar cuidado para não danificar o meio ambiente. A governante fez esta declaração ao intervir na Cúpula Global Africana de Hidrogênio Verde em Windhoek, nesta quarta-feira, 4. “A Namíbia está empenhada em garantir que seja alcançado um equilíbrio justo entre o desenvolvimento económico e a preservação ecológica”, garantiu Nandi-Ndaitwah, citada pelo jornal The Namibian. Ela acrescentou que o país oferece um ambiente rico e acolhedor, adequado para hospedar um ecossistema de industrialização verde impactante. “A Namíbia tem ricos depósitos de minerais necessários para construir indústrias limpas, como elementos críticos de terras raras e lítio. Também ajudamos nossos vizinhos da Zâmbia a comercializar seu cobre, um ingrediente chave para indústrias sustentáveis, com os mercados globais”, disse Nandi-Ndaitwah. Acrescentou de seguida que “a Namíbia tem alguns dos melhores recursos eólicos e solares da região”.
Especialistas nacionais e estrangeiros traçam estratégias sobre medidas de conservação da Natureza
Equipa de especialistas da Fundação Lisima e da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) reuniram-se, esta semana, em Luanda, com responsáveis do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC) para dar início ao processo do “Diálogo Nacional sobre as Outras Medidas de Conservação Eficazes Baseadas em Áreas” e definir um roteiro a seguir. Também foram realizadas reuniões com especialistas da Direcção Nacional dos Assuntos do Mar e Economia Azul, do Ministério das Pescas e Recursos Marinhos, do Instituto de Desenvolvimento Florestal, do Ministério da Agricultura e Florestas, e de organizações da sociedade civil que trabalham directamente com a biodiversidade e com os recursos naturais. Segundo uma nota de imprensa chegada da redacção da Revista Folha Verde, estes encontros serviram para apresentar o conceito das Outras Medidas de Conservação Eficazes Baseadas em Áreas (OECMs), propor o Diálogo Nacional, identificar oportunidades de colaboração e potenciais pontos de entrada para OECMs piloto. As autoridades angolanas manifestaram ter interesse em desenvolver processos nacionais que permitam a criação de OECMs, concorrendo assim para o cumprimento da Meta 3 do Quadro Global da Biodiversidade da Convenção da Diversidade Biológica. As OECMs são áreas geograficamente definidas e que não são consideradas áreas protegidas tradicionais, mas que são geridas de forma a alcançar resultados positivos e sustentáveis para a conservação da biodiversidade. De acordo com a nota, as OECMs são uma abordagem inovadora para a conservação, permitindo que áreas que não são oficialmente designadas como protegidas ainda contribuam significativamente para a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas. Para apoiar o processo de diálogo nacional, o Ministério do Ambiente (MINAMB), através do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC), solicitou o apoio técnico da UICN para conduzir o Diálogo Nacional sobre as OECMs em Angola. Este processo é desenvolvido com o apoio da Fundação Lisima, da Wild Bird Trust (WBT) e da The Nature Conservancy (TNC). A UICN já desenvolve estes processos de Diálogo Nacional na República Democrática do Congo, no Quénia e na África do Sul, onde já foram estabelecidas OECMs. Outros países que estão com processos semelhantes ao de Angola incluem a Namíbia, Moçambique e Madagáscar. Nos próximos meses espera-se que grupos de trabalho desenvolvam acções relacionadas com o Diálogo Nacional incluindo formação sobre avaliação de OECMs, a identificação de um conjunto de potenciais OECMs, a análise legal sobre OECMs em Angola e o estabelecimento de um quadro de aprovação de OECMs em Angola. Os resultados destas acções serão apresentados num workshop, no final do ano, onde também serão solicitadas contribuições das principais partes interessadas. A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) é uma organização civil dedicada à conservação da natureza. Fundada em 1948, a UICN trabalha globalmente para influenciar, encorajar e ajudar sociedades a conservar a integridade e a diversidade da natureza, além de assegurar que qualquer uso dos recursos naturais seja equitativo e ecologicamente sustentável. Sobre a Fundação Lisima A Fundação Lisima é uma organização sem fins lucrativos fundada em 2024 que se dedica à conservação da Torre de Água das Terras Altas de Angola. O nome de Fundação Lisima é em homenagem à expressão luchaze, Lisima lya Mwono que significa “Fonte da Vida”. A Fundação Lisima é o resultado de quase uma década de exploração e aprendizado no coração do território dos Luchaze no Moxico, das suas míticas paisagens, segredos e conhecimentos milenares das suas pessoas. A Paisagem de Lisima, inclui a Torre de Água das Terras Altas de Angola, e liga as nascentes e lagoas de quatro grandes rios de Angola com o Delta do Okavango (Botsuana) e o rio Zambeze (Angola). Toda esta área armazena grandes quantidades de água doce que flui centenas de quilómetros, alimentando ecossistemas em algumas das regiões mais áridas do sul de África. Somos uma plataforma para se perceber ainda melhor este tesouro natural de Angola, África e do mundo. E ainda mais importante, através dela, continuar a advogar pelas vozes dos seus guardiões, promovendo e percebendo que a melhor de conservação é aquela que inclui as pessoas e a sua história. A Fundação Lisima está comprometida em garantir o futuro da paisagem de Lisima de uma maneira que proteja sua integridade ecológica e, ao mesmo tempo, contribua para o desenvolvimento económico da região. Sobre a WIld Bird Trust (WBT) A Wild Bird Trust (WBT), fundada em 2009, é dedicada à conservação de aves selvagens e seus habitats. Desde então, evoluiu para uma família de organizações sem fins lucrativos que trabalham com comunidades locais para a protecção de espécies ameaçadas e endémicas, a preservação de habitats e a educação do público sobre os nossos ecossistemas. A Fundação Lisima é o mais novo membro desta família. Projecto da Vida Selvagem do Okavango da National Geographic (NGOWP) Este Projecto é implementado em Angola desde 2015 e tem trabalhado com comunidades e governos para garantir a protecção permanente e sustentável da grande Bacia do Cubango-Okavango, que abrange Angola, Namíbia e Botsuana.
Google Earth é usado como ferramenta para descoberta de floresta desconhecida em Angola cheia de aves raras
As florestas de Monte Moco foram, certa vez, consideradas como as maiores florestas montanhosas restantes na Angola, até que pesquisadores descobriram mais florestas nas montanhas de Namba. Foto cortesia do Google Earth Por Jeremy Hance Uma expedição, acompanhada por um tipo de caça através do Google Earth, tem descoberto remanescentes florestas antigas, incluindo prósperas comunidades de pássaros, nas montanhas da Angola. Nas montanhas de Namba na Angola esperava-se encontrar cerca de 100 hectares de floresta, mas uma pesquisa feita no solo da dessas terras, acompanhada de pesquisas pela internet, tem descoberto numerosas florestas fragmentadas. Essas florestas somam cerca de 590 hectares nas montanhas remotas, impulsionando as chances para muitas outras espécies. “Floresta de Afromontane é o tipo de habitat mais localizado e ameaçado em Angola. Nos últimos 40 anos a estimativa da área coberta por este habitat em Angola tem sido cerca de 200 hectares” declararam cientistas para o jornal Bird Conservation International. Porém, a nova descoberta quase quadruplicou o número de florestas restantes na Angola para 700 hectares. Durante quatro dias fazendo levantamentos em uma floresta de 100 hectares nas montanhas de Namba, pesquisadores registraram 89 espécies de pássaros. O mais importante ainda é que foram avistadas todas as 20 espécies que são geralmente associadas com a decrescente montanhas de florestas angolanas. Os cientistas até encontraram uma abundante população de pássaros denominados Francolin de Swierstra (pternistis swierstrai), que são listados como ameaçados de extinção pela IUCN Red List (União Internacional para a Conservação da Natureza). Estas espécies de pássaros são encontradas somente na Angola. Os cientistas também registraram o Angola Cave Chat (Xenocopsychus ansorgei), que é listado como quase ameaçado. “Isto faz de Nambas o mais importante local de floresta de conservação de Afromontane em Angola. O Nambas merece reconhecimento internacional pela importância de sua conservação, e junto com o monte Moco, estão entre as maiores prioridades para estabelecer uma nova área de conservação em Angola” pesquisadores relatam. O monte Moco contem cerca de 85 hectares de floresta. Havia-se pensado que era a maior floresta na Angola até esta nova descoberta da maior e mais intacta floresta, declaram cientistas. Os pesquisadores recomendam que oficiais listem, o mais rápido possível, as montanhas de Nambas no órgão IBA, (sigla em inglês para Importante Área de Preservação de Pássaros), devido à presença de espécies em extinção, bem como o número de espécies com habitat restrito. Adicionais pesquisas no solo florestal são necessárias para estabelecer o tamanho chave da taxonomia dos pássaros, principalmente a do francolin de swierstra. Assim como também, para estabelecer a diversidade de aves em geral e determinar a importância da área de conservação de outros tipos de taxonomias de outros grupos, concluiem os pesquisadores. CITAÇÕES: Michael S. L. Mills, Martim Melo, and Alexandre Vaz. The Namba mountains: new hope for Afromontane forest birds in Angola. BirdLife International, 2012. doi:10.1017/S095927091200024X Artigo original publicado no site da Mongabay/ Segue através do link: Google Earth é usado como ferramenta para descoberta de floresta desconhecida em Angola. Cientistas encontraram-na cheia de aves raras – Notícias ambientais (mongabay.com)
Charlie, o último elefante do zoológico da África do Sul, solto de volta à natureza após 43 anos de cativeiro
A campanha para libertar os elefantes do Zoológico de Pretória durou anos e incluiu acusações e protestos. Mas, finalmente, o último elefante do zoológico, Charlie, está de volta à selva. Por Don Pinnock – Daily Maverick Depois de uma viagem de quatro horas do Zoológico de Pretória, Charlie, o elefante do zoológico, chegou à Reserva Privada Shambala em Limpopo, sua nova casa. Charlie foi o último elefante no único zoológico nacional da África do Sul e o primeiro a ser solto de volta à natureza. A Fundação EMS, que apoiou sua libertação, foi informada de que a exposição de elefantes do zoológico será fechada permanentemente. Este evento histórico é o resultado de anos de negociação entre o governo sul-africano, a Fundação EMS e a Rede Pro Elephant. No zoológico, Charlie viu três de seus amigos morrerem prematuramente. Ele também perdeu sua filha quando ela tinha menos de um mês de idade. Ele foi capturado em Hwange, Zimbábue, há 43 anos, e foi treinado no Boswell Wilkie Circus. Quando fechou, ele foi transferido para o Natal Lion Park e depois, em 2001, para o Zoológico de Pretória. Por volta de 2020, activistas começaram a fazer campanha por sua libertação para um santuário. De acordo com Smaragda Louw, diretora da Ban Animal Trading (BAT), manter Charlie em confinamento solitário em um recinto estéril, quase sem sombra e água suja e sem enriquecimento é “nada mais do que abuso de animais em prol do entretenimento humano”. Ele será inicialmente mantido em uma instalação de detenção enquanto se ajusta ao seu novo ambiente. Ele não tem experiência em forrageamento na natureza. Durante esse período, ele será monitorado de perto por especialistas em comportamento para ver se ele se estabelece para se tornar o elefante que sempre quis ser e que se encontra e se integra ao rebanho de elefantes existente. Esperançosamente, sua libertação em um novo habitat e vida ajudará a curar a tristeza de seu isolamento. https://www.dailymaverick.co.za/article/2024-08-20-charlie-sas-last-zoo-elephant-released-back-into-nature-after-43-years-of-captivity/