Angola cria plataforma para monitorar desmatamento e reflorestamento

Angola contará, em breve, com uma plataforma nacional de dados ambientais que permitirá monitorar áreas desmatadas, reflorestadas, florestas densas, rios e outros indicadores relevantes. Os dados da plataforma serão atualizados com informações do Censo 2024, revelou Cecília Silva Bernardo, diretora nacional de Acção Climática e Desenvolvimento Sustentável, durante a COP29, realizada em Baku, Azerbaijão.

A iniciativa foi apresentada no lançamento do Observatório Climático da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que reúne informações climáticas de seus membros e está acessível online pelo portal oclimacplp.com.

Segundo Cecília Bernardo, a nova plataforma de Angola será fundamental para orientar políticas públicas e projectos relacionados à adaptação climática e ao desenvolvimento sustentável.

Diferentemente da plataforma da CPLP, que abrange aspectos de mitigação das alterações climáticas, a versão angolana terá um enfoque específico na adaptação e no planejamento de políticas internas.

Na fase inicial, o projecto inclui dados sobre agricultura, florestas e demografia. Em etapas futuras, serão integradas informações dos sectores petrolífero e energético, ampliando a abrangência da ferramenta.

A criação da plataforma nacional reflecte o compromisso de Angola em fortalecer sua capacidade de resposta às alterações climáticas. Com a integração de dados e a aplicação de políticas baseadas em evidências, o país busca equilibrar o desenvolvimento sustentável com a proteção ambiental, promovendo resiliência frente aos desafios climáticos globais, segundo as autoridades.

Contribuição de Angola nas emissões globais e recursos climáticos

Apesar de os países africanos, incluindo Angola, serem responsáveis por apenas cerca de 3,5% das emissões globais de gases de efeito estufa, o governo reconhece sua vulnerabilidade frente às alterações climáticas. Fenómenos como inundações, secas, erosão dos solos e aumento do nível do mar já afetam significativamente o país e tendem a se agravar.

Desde 2015, Angola recebeu mais de 100 milhões de dólares em financiamento climático, principalmente em forma de doações. Cecília Bernardo enfatizou que o país trabalha para garantir que esses recursos sejam utilizados de forma eficiente, beneficiando as comunidades mais afectadas e os sectores estratégicos.

Participação de Angola na COP29

A presença angolana na COP29 foi considerada satisfatória pelas autoridades, com avanços em reuniões, actividades nos stands e a formação de parcerias para investimentos futuros. No evento, o governo destacou suas acções para enfrentar as alterações climáticas, alinhadas a uma estratégia nacional de baixo carbono.

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Redação

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