Angola busca mais financiamento climático depois de receber 100 milhões de dólares

Desde 2015, Angola beneficiou de mais de 100 milhões de dólares em projectos-piloto voltados ao combate às alterações climáticas e está a trabalhar para ampliar o financiamento climático. A informação foi divulgada pela diretora nacional para Ações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável, Cecília Bernardo, durante a COP29, realizada em Baku, Azerbaijão.

Em entrevista à imprensa, Cecília destacou que o país está a trabalhar com o Ministério das Finanças para ampliar o financiamento climático, com o objectivo de transformar os projectos-piloto em iniciativas estruturantes. “Precisamos criar uma estrutura nacional que permita captar, receber, utilizar e reportar os fundos, de forma eficiente e transparente”, explicou.

Angola enfrenta impactos severos das alterações climáticas, incluindo secas, inundações, erosão dos solos e o aumento do nível do mar, que afectam directamente a produção agrícola e a pecuária. Para mitigar esses efeitos, o país prioriza o aumento da resiliência em regiões vulneráveis, especialmente no sul.

Segundo Cecília Bernardo, a preparação do Orçamento Geral do Estado para 2025 já contempla ações climáticas, embora sectores prioritários como saúde e educação continuem a receber maior atenção. Ela reforçou que Angola está comprometida com um desenvolvimento de baixo carbono, alinhado à sua estratégia nacional de combate às alterações climáticas.

As autoridades angolanas reconhecem os desafios climáticos do país e a necessidade de esforços adicionais para minimizar os impactos das alterações climáticas. O governo continua a trabalhar em acções concretas para captar mais financiamento internacional, fortalecer suas políticas ambientais e promover o desenvolvimento sustentável que beneficie tanto as comunidades quanto o meio ambiente, segundo a responsável.

Compromisso com a redução de emissões

Apesar de representar apenas cerca de 3% das emissões totais de gases de efeito estufa em África, Angola adota uma postura proativa na redução de emissões, antes mesmo de exigências internacionais.

“Estamos a tomar decisões antecipadas para garantir um futuro sustentável, com políticas que integram a redução de emissões de gases de efeito estufa”, afirmou Cecília.

Angola na COP29: transição energética e inovação

Na COP29, o stand de Angola apresentou iniciativas relacionadas à transição energética e à redução de emissões de dióxido de carbono. O espaço exibiu mensagens sobre energias renováveis, transporte sustentável e tecnologias inovadoras, em alinhamento com o tema “Soluções Industriais para as Pessoas e o Planeta”, promovido pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO).

As discussões destacaram a importância da inovação e da sustentabilidade industrial para enfrentar desafios ambientais e sociais. O compromisso angolano com o desenvolvimento econômico de baixo impacto ambiental foi evidenciado em iniciativas que buscam equilibrar o crescimento industrial com a protecção ambiental.

Imagem do avatar

Gabriel dos Anjos

  • All Posts
  • Bióticos
  • Ciência e Tecnologia
  • Destaque
  • Ecoturismo
  • Florestais
  • Global
  • Grande Reportagem
  • Hídricos
  • Indústria
  • Marinhos
  • Minerais
  • Opinião

A Folha Verde é uma revista ambiental que se propôs a desenvolver um jornalismo investigativo, explorando maneiras inovadoras de relatar e apresentar histórias e envolver o público. Saiba Mais…

Director
Paulo dos Santos
Director Administrativo e Comercial
António Francisco
Editor
Tânia Weza
Editor
António Augusto
Editor
Roberto Makassi
Redacção
Gabriel dos Anjos
Redacção
Gabriel Miranda

© 2024 — Revista Folha Verde. Todos os direitos reservados.