A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, deverá aproveitar o momento para falar, sobretudo, de como Angola tem implementado as acções para combater as alterações climáticas e como os fundos locais têm sido usados de forma inovadora.
A COP29, que vai decorrer até ao dia 22 e decorre sob o lema “Aumentar a Ambição, Possiblitar a Acção”, com a participação de mais de 150 Chefes de Estado e de Governo que procuram por soluções imediatas para fazer frenar o impacto das alterações climáticas.
De salientar que os participantes neste evento vão analisar aspectos fulcrais, como o financiamento, para reduzir o impacto dessas alterações.
Esperança da Costa, que participa no evento em representação do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, aproveitou a ocasião para manter um encontro com o primeiro ministro e chefe do Governo de Azerbaijão, Ali Asadov, com quem analisou aspectos ligados à cooperação bilateral entre os dois Estados.
Ao intervir na cerimónia de abertura, o secretário executivo da ONU para mudança climática, Simon Stiell, defendeu uma reforma no sistema financeiro global para a implementação das acções que visam diminuir os gases de efeito estufa, segundo a Angop.
Para o efeito, considerou, não basta que as nações concordem com uma meta, mas é preciso, sobretudo, trabalhar para se colocar em prática uma mudança efectiva. “Se as nações não puderem construir resiliência em suas cadeias de suprimentos, toda a economia global será abalada. Nenhum país é imune”, afirmou.
Stiell sublinhou ainda , a necessidade de trabalhar mais arduamente para reformar o sistema financeiro global, dar aos países o espaço fiscal de que tanto necessitam. “Se pelo menos dois terços das nações do mundo não puderem reduzir rapidamente as emissões, então cada nação pagará um preço brutal”, disse.
Acrescentou que em Baku, deve-se pôr em funcionamento os mercados internacionais de carbono, precisa-se avançar na mitigação, para que as metas do Dubai sejam concretizadas.
Apesar da sua pertinência, o evento está a ser marcado por algumas ausências notáveis, por conta da reunião do G20 que acontece na próxima semana, no Rio de Janeiro, Brasil.
Entre os ausentes destaca-se o Presidente cessante dos Estados Unidos da América, Joe Biden, sendo que, segundo analistas, esse “cenário desfavorável começa a colocar em desvantagem o sucesso da próxima COP30”.
Conforme os analistas, “o sucesso da COP30, marcada para 2025, no Brasil, dependerá dos resultados alcançados em Baku e de uma série de decisões” a serem tomadas aqui.
Apontam que um dos maiores problemas, agravado a cada ano, é a demora dos governos na apresentação das metas ambiciosas de corte de emissões de gases de efeito estufa.
As promessas de cada país, os documentos conhecidos como contribuições nacionalmente determinadas (NDCs) permitem à ONU calcular o tamanho do atraso nas medidas para impedir o planeta de aquecer mais de 1,5°C, o limite primário estabelecido pelo Acordo de Paris para o clima.
Até agora, o planeta já aqueceu mais de 1,1°C acima do normal, de acordo com estudos especializados.